Homem condenado à morte pede ajuda ao Papa para ser libertado

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Um ex-segurança do aeroporto de Bahrein, no Médio Oriente, condenado à pena de morte devido a um atentado à bomba que matou um polícia em 2014, escreveu uma carta ao Papa Francisco para que este o ajude na sua libertação.

Mohammed Ramadhan, que está preso há nove anos, alega ser inocente e diz que só confessou o crime depois de ter sido torturado.

De acordo com o jornal "The Guardian", o muçulmano pediu ao Papa Francisco que convencesse o rei do Bahrein a libertá-lo para que pudesse reunir de novo com a família e os filhos.

Na carta enviada ao Papa Francisco, o homem revela ainda que tem um "nódulo doloroso no pescoço", mas que viu sempre negados os pedidos para ser visto por um médico.

Anteriormente, Mohammed tinha participado em vários comícios pacíficos pró-democracia, inclusive num que ocorreu no terceiro aniversário da revolução do país.

Também o ex-líder da oposição do Bahrein, Hasan Mushaima, que está a cumprir pena de prisão perpétua pelo seu papel na liderança do movimento pró-democracia, criado em 2011, enviou um pedido de indulto ao líder da Igreja Católica.

"As alegações do Governo de que existe pluralismo, diversidade de opiniões, tolerância e amor são refutadas pelas evidências e pelos eventos que se desenrolaram ao longo dos anos. Também isso seria refutado por uma visita completa às prisões do Bahrein, que estão cheias de pessoas inocentes, que pagam o preço das suas exigências de direitos mínimos", alertou na missiva enviada a Roma.

O Papa Francisco iniciou, esta quinta-feira, a sua visita de três dias ao Bahrein, onde a maior igreja católica da região do Golfo Pérsico foi inaugurada em dezembro do ano passado. É o primeiro Papa a visitar o país, que tem sido criticado por graves violações dos direitos humanos, entre as quais a repressão dos muçulmanos xiitas no reino.

O chefe da Igreja Católica vai participar num "Fórum para Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana" e celebrará uma missa pública no estádio nacional do Bahrein, no sábado.


Segundo o Instituto dos Direitos Humanos e da Democracia de Bahrein (BIRD), 26 reclusos estão no corredor da morte, 12 devido a processos políticos. Um relatório recente investigou os casos de oito prisioneiros que foram alvo de julgamentos que violaram o direito internacional "com sentenças baseadas apenas em confissões que foram forçadas através de tortura, incluindo choques elétricos nos genitais, espancamentos, privação de sono e tentativas de violação".

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